Ao Director do Correio da Manhã

Exmo. Senhor Octávio Ribeiro
Director do Correio da Manhã
Av. João Crisóstomo, 72
P-1069-043 Lisboa

Ao abrigo do número 1 do artigo 24 da Lei de Imprensa, venho por este meio solicitar a V.ªE.ª a rectificação do artigo publicado na página 24 do seu jornal da autoria de António Sérgio Azenha.
1. Contrariamente ao publicitado pelo seu jornal, não recebi 53.412 Euros da Assembleia da República. Tenho o direito a receber um salário mensal de deputado a partir do passado mês de Outubro durante um período máximo de 14 meses, caso não venha a trabalhar para o sector público entretanto, o que é algo totalmente diverso.

2. São muitos e diversos os deputados que requereram ou vão requerer a aplicação das disposições da lei 4/85 (que engloba tanto os deputados ao Parlamento Europeu que começaram agora a ser abrangidos, como os deputados à Assembleia da República, que serão abrangidos a partir de Janeiro). É um acto de manipulação informativa inqualificável apresentar como se fosse específica de dois deputados a aplicação de uma lei geral que confere direitos gerais e que é aplicada generalizadamente.
3. Registo que o Correio da Manhã retoma as graves acusações que me foram dirigidas pelo jornal “Expresso”, dando-as implicitamente como justificação para o seu comportamento.
4. Na peça citada, o jornal Expresso reproduziu alegações de organismos ligados ao regime iraniano, tendo o cuidado de esconder a sua verdadeira autoria, alegações que invertem a verdade, acusando de ligação ao terrorismo aqueles que mais se lhe opõem.
5. Esclareço o senhor director que nada me orgulha mais do que a luta empenhada que travei e que travo contra o terrorismo e que me valeu ser alvo desta campanha de difamação pelo principal promotor internacional do terrorismo.
6. Garanto ao senhor Director que nada nem ninguém me farão alterar um milímetro a rota de luta contra o terrorismo e os que com ele colaboram.
7. Aproveito a oportunidade para enaltecer publicamente o trabalho, a coragem e a verticalidade da acção política do meu camarada Armando França no Parlamento Europeu, nomeadamente no contexto da luta contra o terrorismo.

Bruxelas, 2009-11-10

(José Paulo Martins Casaca)